Produção verde: o momento da indústria baiana

Produção verde: o momento da indústria baiana

Nos últimos anos, temos visto o empenho da Bahia para se posicionar como um “estado verde”. Mais do que ser um grande exportador de commodities, o estado tem se voltado para desenvolver seu potencial em iniciativas de sustentabilidade aliadas ao desenvolvimento econômico. Um exemplo desse movimento é o fato de a Bahia ter assumido o protagonismo na questão do hidrogênio verde, com a futura implementação da primeira fábrica do país.

Essa movimentação se resume em uma palavra para a indústria baiana: oportunidade. Este é o momento de agregar valor sustentável à nossa cadeia produtiva, ampliando a rentabilidade com iniciativas que tragam benefícios para o meio ambiente, competitividade para as empresas e desenvolvimento para o estado.

É o momento de mostrarmos ao mundo o potencial baiano de estar alinhado com as melhores práticas internacionais, ao mesmo tempo em que nos posicionamos como uma referência em produção verde no país. Precisamos produzir mais, gastando menos recursos naturais e com menos emissão de gases de efeito estufa (GEE).

Na Veracel, assim como em todo o setor de florestas plantadas, estamos posicionados de maneira estratégica em relação à mitigação das mudanças climáticas. O inventário de emissões e remoções de Carbono da empresa atesta que, no período de um ano, nossas atividades removeram mais de 1,6 milhão de toneladas de gases de efeito estufa da atmosfera.

Fortalecer o foco ambiental também traz outros resultados interessantes. No ano passado, aqui na Veracel, investimos cerca de R$ 20 milhões em inovação e aperfeiçoamento tecnológico. A empresa alcançou o menor uso específico de água em atividades fabris de seus 32 anos de história (20,5 m³/tsa), posicionando-se como uma das empresas com melhor resultado de uso de água no mundo. Tivemos ainda 100% de reaproveitamento de resíduos da produção fabril durante quatro meses de 2022 e a utilização desses insumos na produção de argamassa e materiais para a adubação do solo. É economia circular aliada à sustentabilidade.

Estamos trabalhando também em uma iniciativa inovadora que substitui o óleo BPF fóssil por óleo ecológico a base de soja. Em 2022 também registramos uma redução de 13% do uso de gás natural no processo de recuperação química via Forno de cal, o que contribuiu para diminuir a emissão de gases de efeito estufa do nosso processo fabril.

Com tudo isso, é possível afirmar que a produção verde não é apenas possível, como financeiramente vantajosa para a indústria baiana. Este é o momento de dar um passo à frente e de aproveitar o nosso potencial para levar sustentabilidade e inovação da Bahia para o mundo. Posicionar o nosso estado como verde é viável e depende de todos nós.

Caio Zanardo é CEO da Veracel Celulose.

Fonte: Jornal Correio 24 Horas