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Dia da Árvore: Conheça 5 árvores centenárias que contam a história do Brasil

Neste 21 de setembro é comemorado o Dia da Árvore. A data, exclusiva do território brasileiro, foi escolhida por anteceder a chegada da primavera no Hemisfério Sul, que costuma se iniciar entre os dias 22 e 23 do mesmo mês. Para celebrar o dia e trazer reflexões sobre a preservação ambiental, listamos cinco exemplares centenários de árvores que estão presentes em áreas de conservação do setor de árvores cultivadas e são fragmentos da história do País.

O setor, que produz mais de 5 mil bioprodutos, conserva hoje no Brasil mais de 6 milhões de hectares de mata nativa, uma extensão maior que o estado do Rio de Janeiro. As árvores selecionadas integram programas de preservação mantidos pelas empresas associadas à Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

A entidade representa cerca de 50 empresas produtoras de mais de 5 mil bioprodutos, como papel, celulose, painéis de madeira, embalagens e copos de papel, entre outros, a partir de árvores que são plantadas, colhidas e replantadas exclusivamente para fins industriais. Além disso, é um setor que tem forte representação no PIB brasileiro, com uma receita bruta de R$ 244,6 bilhões em 2021.

Conheça algumas das árvores centenárias presentes em áreas de conservação do setor de árvores cultivadas:

1. Copaíba (Copaifera langsdorffii)

Divulgação/Eucatex

Ao todo, há 28 espécies de copaíbas catalogadas no mundo, que podem atingir 40 metros de altura, 4 metros de diâmetro e viver até 400 anos. As espécies que vivem no Brasil são produtoras de óleo-resina, elemento bastante usado na produção de cosméticos e pela indústria farmacêutica, e está presente em diversos produtos, como sabonetes, xampus, cremes e pomadas. O óleo-resina também pode ser utilizado na fabricação de tintas e vernizes.

Localizada na cidade de Bofete, no interior do estado de São Paulo, há uma Copaíba centenária, de nome científico Copaifera langsdorffii. A árvore se encontra em um trecho de floresta nativa da Fazenda Santa Terezinha, mantida pela indústria Eucatex.

No caso da árvore centenária da Eucatex, ela é uma espécie de mata atlântica. A empresa realiza temporadas de visitação por meio de seu Programa de Educação Ambiental (PEA), no qual convida alunos da rede pública de ensino de Bofete para conhecerem a Fazenda Santa Terezinha e, assim, se encantarem pessoalmente com esse exemplar imponente de copaíba.

2. Cumixava (Micropholis crassipedicellata)


Divulgação/Suzano

Essa árvore, em particular, sobreviveu ao período extrativista da década de 1940. Ela foi apelidada de Árvore Mãe pela comunidade local, por ser uma das árvores mais antigas da Trilha da Cachoeira e por abrigar uma grande diversidade de espécies em sua copa, como micro-orquídeas, musgos, bromélias, além de vários insetos.

Ela está localizada entre as cidades de Mogi das Cruzes e Bertioga, no estado de São Paulo, está localizada mais uma árvore centenária: uma Cumixava (Micropholis crassipedicellata), preservada no Parque das Neblinas, área de preservação da Suzano.

3. Pequi-preto, pequiá (Caryocar edule)


Divulgação/Veracel

Árvore mais antiga desta lista, o pequi-preto possui mais de 600 anos, segundo pesquisadores. Esse exemplar centenário se encontra na Costa do Descobrimento, zona turística do estado da Bahia que reúne praias, baías, recifes de coral, manguezais e rios navegáveis. Para visitá-lo, basta comparecer à RPPN Estação Veracel, reserva particular do patrimônio natural de Mata Atlântica no Nordeste brasileiro, mantida pela Veracel Celulose.

Chamado de pequi-preto ou pequiá (Caryocar edule), essa é uma espécie ameaçada, o que demanda políticas de conservação. Pode variar de porte médio a grande, com altura entre 20 e 30 metros.

No caso do exemplar centenário, estima-se que ele já existia quando o navegante português Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, no ano de 1500. Ele possui 30 metros, o que corresponde a um prédio de 10 andares e, para abraçá-lo, é necessário reunir mais de 10 pessoas.

4. Pequi (Caryocar spp)


AdobeStock


Presente no cerrado e na mata atlântica, o pequi é uma espécie com muita importância econômica, social e ambiental, já que a extração de seu fruto é a principal atividade de comunidades locais.

A diversidade de uso do fruto do pequizeiro é que faz ele ser importante em economias regionais. Ele está presente na fabricação de licores, óleos e manteigas, além de poder ser cozido diretamente com outros alimentos, o que faz com que esteja presente na gastronomia brasileira.

Além do consumo humano, seus frutos também são ingeridos por diversas espécies da fauna, o que contribui para a dispersão das sementes e sua conservação na natureza.

O estado do Mato Grosso do Sul possui três árvores centenárias em áreas de preservação mantidas pela Eldorado Brasil. A Pequi (Caryocar spp) é a mais conhecida, por conta do consumo de seu fruto. Seu nome é de origem da língua Tupi e significa “pele espinhenta”.


5. Pinheiro-brasileiro / Pinheiro-do-Paraná (Araucaria angustifolia)


Divulgação/Arauco


Presente no sul e no sudeste do Brasil, o Pinheiro-brasileiro, também conhecido como Pinheiro-do-Paraná ou apenas Araucaria (Araucaria angustifólia) é considerado ameaçado de extinção nos níveis federal e estadual, e possui indivíduos distintos do sexo feminino e masculino. As do sexo feminino florecem o ano todo, já as do sexo masculino florecem apenas de agosto a janeiro.

Uma curiosidade é que se estiver “sozinha”, a Araucaria não se reproduz, ou seja, é necessário que se tenha um número plural de árvores de ambos os sexos para que as sementes produzidas possam dar continuidade à espécie

A polinização é predominantemente anemocórica, ou seja, feita pelo vento. Após dois anos, as suas pinhas amadurecem. Aves como gralha-azul e papagaio-charão também auxiliam na dispersão de sementes, que são ricas em proteínas e são apreciadas na gastronomia do sul do país.

Em área de proteção da Arauco no Paraná, no bioma da Mata Atlântica, há um imponente exemplar centenário de Araucaria.