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Maior demanda, melhores resultados

Os primeiros sinais de retomada da economia brasileira, apresentados em 2017, bastaram para aquecer o mercado interno no setor de papel e celulose, enquanto o aumento da demanda, principalmente do mercado chinês, impulsionou as exportações. O encerramento do ano de 2017 foi positivo para a indústria de base florestal, que registrou um avanço de 12,9% no saldo da balança comercial, na comparação com o ano anterior, alcançando o valor de US$ 7,5 bilhões.

As exportações puxaram essa alta, com aumento de 14% para celulose, índice que representa US$ 6,4 bilhões em receita; variação positiva de 2,2% para papel; resultado financeiro de US$ 1,9 bilhão; e crescimento de 15,6% para painéis de madeira, atingindo números finais de US$ 289 milhões. Em termos de representatividade, as exportações do setor produtivo de árvores plantadas foram responsáveis por 3,9% de todo o volume de bens e produtos negociados pelo Brasil com outros países.

Para a presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Elizabeth de Carvalhaes, a gradual retomada da confiança do consumidor, principalmente no último trimestre do ano passado, foi fundamental para os resultados internos. “A China foi a principal compradora da celulose brasileira em 2017, aumentando seu consumo em 18,7% e chegando a US$ 2,6 bilhões investidos na commodity”, afirma.

Elizabeth lembra que os bons resultados se mantiveram no primeiro semestre deste ano, apesar da greve dos caminhoneiros. “Como as maiores companhias do setor dispõem de razoável malha ferroviária e trabalham com estoques de 30 a 35 dias, não houve desabastecimento”, comemora. Nos primeiros seis meses do ano, as exportações do segmento de árvores plantadas avançaram 34%, representando um total de US$ 5,5 bilhões negociados com o exterior. As vendas de celulose cresceram 43,9% e as de papel, 5,7%, em relação ao primeiro semestre de 2017.

FUTURO

Em 2018, a China continua como principal mercado externo para a celulose brasileira, com incremento de 40,2% em valor exportado no semestre, seguida pela Europa e América do Norte. Ao todo, o setor viu um aumento de 43,9% nos valores negociados com o mercado externo. O papel segue com a América Latina como seu principal destino, somando US$ 659 milhões negociados. Os painéis de madeira avançaram 8%.

Com tudo isso, as perspectivas para o fim deste ano, e para 2019, são bastante positivas. “Temos uma estimativa de que o segmento de celulose aumente seu faturamento, em média, em 46%, com expansão nas exportações para Europa, Estados Unidos e China”, diz Elizabeth.

Apesar do cenário positivo, ela afirma que as eleições deste ano devem ser foco de atenção, principalmente nas questões relativas ao comércio exterior. “O Brasil não é um exportador clássico e não possui acordos com outros países como nossos vizinhos Chile, México, entre outros. É imprescindível discutir uma nova agenda que garanta segurança jurídica”, defende, dando como exemplos o Reintegra e a desoneração da folha.

Veículo: O Estado de S. Paulo